A adenóide, “carne esponjosa” como é popularmente conhecida, é um tecido linfóide que está localizado na parte posterior das cavidades nasais, no fundo do nariz, logo acima das amígdalas.
A principal função da adenóide é estabelecer uma linha de frente na defesa do nosso corpo. Costuma crescer até aproximadamente os cinco anos de idade, exatamente no período onde o sistema imunológico da criança está sendo bastante requisitado. Após esta idade, esse tecido regride naturalmente, até praticamente desaparecer por volta dos 10 a 12 anos. Adultos não costumam ter adenóide (a “carne esponjosa” do adulto é outra coisa). Se adenóide for encontrada em um adulto, esta condição deve ser cuidadosamente investigada.
Devido a uma série de fatores, como rinites, infecções de repetição das vias aéreas, alterações imunológicas, entre outras, em algumas crianças este tecido acaba crescendo além do esperado, obstruindo de maneira muito prejudicial a passagem do ar.
Crianças com aumento significativo da adenóide podem apresentar os seguintes sinais e sintomas:
* Respiração pela boca na maior parte do tempo;
* Roncos;
* Respiração ruidosa;
* Sono agitado;
* Baba no travesseiro (por dormir com a boca aberta);
* Apnéia do sono (paradas na respiração durante o sono);
* Nariz “entupido” de forma crônica;
* Maior incidência de infecções de vias aéreas;
* Formato mais alongado do rosto;
* Flacidez da musculatura mastigatória;
* Palato em ogiva (o “céu da boca” fica mais fundo);
* Alterações do crescimento pôndero-estatural e orofacial;
* Agitação excessiva;
* Dificuldade no aprendizado;
* Otites de repetição;
* Quadros inflamatórios e/ou infecciosos de vias aéreas mais recorrentes e de mais difícil controle (gripes, rinites, sinusites, amigdalites);
* Entre outros.
Como é feito o tratamento da Carne esponjosa – Adenóide?
O primeiro passo é garantir o diagnóstico correto. Inicialmente o otorrinolaringologista irá avaliar o histórico e os sintomas relatados pelo paciente ou seus responsáveis. A confirmação da suspeita diagnóstica é feita através de um raio-X da lateral da face (cavum) ou, preferencialmente, de uma nasofibroscopia. Este exame, também conhecido como endoscopia nasal, consiste na introdução de uma pequena câmera na cavidade nasal que permite a visualização das estruturas internas.
Quanto ao tratamento, a abordagem vai depender do impacto que a hipertrofia da adenoide tem na rotina e na qualidade de vida do paciente.
O tratamento clínico implica no controle dos fatores que potencializam o aumento ou inflamação da adenoide, como resfriados de repetição, rinite e orientações sobre higiene ambiental, na tentativa de controlar o crescimento da adenoide e tentar aguardar a sua regressão natural.
No caso de sintomas e sinais mais graves persistentes, comprometendo a qualidade de vida e de desenvolvimento da criança, o tratamento cirúrgico para remoção da adenoide pode ser indicado: a adenoidectomia. Vale dizer que não existe uma idade mínima para a cirurgia de adenoidectomia. A avaliação por um otorrinolaringologista experiente é fundamental aqui.
A adenoidectomia é uma cirurgia realizada sob anestesia geral, em ambiente hospitalar, com técnica cirúrgica relativamente simples e feita pela boca. Na maior parte dos casos o paciente pode ir para casa no mesmo dia. Se estiverem indicados, outros procedimentos podem ser realizados no mesmo ato cirúrgico como remoção das amígdalas, turbinoplastia ou ainda colocação de tubos de ventilação em ouvidos, quando houver necessidade.
A respiração oral não é normal e as crianças devem respirar pelas narinas. É muito importante que, na presença de algum dos sinais ou sintomas acima descritos, um médico especialista seja consultado para determinar o diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento.
Como existem diversas causas para obstrução nasal, é imprescindível que a avaliação correta seja realizada o quanto antes, minimizando possíveis danos decorrentes do aumento indesejado da adenoide e proporcionando uma qualidade respiratória, de sono e de vida mais felizes às nossas crianças.