A adenóide, conhecida como “carne esponjosa”, é um tecido linfóide que temos enquanto ainda somos crianças. A função dela é fornecer uma defesa a mais ao organismo enquanto o sistema imunológico não está completamente desenvolvido.
Normalmente, a adenóide aumenta de tamanho entre os 2 e 5 anos. Após esse período, por volta dos 6 ou 7 anos, ela começa a regredir. E normalmente ela some completamente na adolescência, entre 11 ou 12 anos de idade.
Porém, em algumas crianças esse tecido cresce anormalmente, obstruindo e dificultando a respiração nasal. Já em adultos, normalmente a adenóide já regrediu completamente. Por isso, quando encontramos adenóide em adultos é muito importante que ela seja removida e biopsiada. Isso porque, a “carne esponjosa” normalmente encontrada em adultos se refere aos cornetos nasais e não à adenóide.
Quando é preciso remover a “carne esponjosa” em crianças?
Em crianças, muitas vezes conseguimos evitar a cirurgia controlando e tratando os fatores de risco para o aumento da adenóide. Dentre eles temos rinites não tratadas ou infecções respiratórias de repetição, por exemplo. Dessa forma, mantendo as patologias sob controle, a adenóide tende a regredir naturalmente.
Mas em caso de não regressão ou de adenóide muito grande (obstrutiva) a cirurgia de adenoidectomia pode ser uma alternativa.
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Quais os sinais e sintomas da hipertrofia da adenóide?
Em crianças, os principais sintomas são:
- Respiração pela boca e/ou ruidosa;
- Sono de baixa qualidade, agitado, com ronco e apnéia;
- Babar no travesseiro;
- Nariz sempre “entupido”;
- Infecções respiratórias frequentes;
- Alterações no formato do rosto;
- Flacidez da musculatura mastigatória;
- “Céu da boca” mais fundo;
- Menor crescimento;
- Agitação, ansiedade, dificuldade de concentração, foco e aprendizado;
- Outros.
Lembrando que não é necessário que todos os sinais e sintomas estejam presentes para caracterizar aumento significativo da adenóide.
Como funciona a cirurgia de remoção da “carne esponjosa”?
A adenoidectomia deve ser realizada por um médico otorrinolaringologista, em ambiente hospitalar e sob anestesia geral.
Após a indicação cirúrgica por profissional competente, em acordo com a família, realizamos os exames pré-operatórios agendamos a cirurgia.
Inclusive, normalmente operamos o paciente pela manhã e no final da tarde e, estando tudo bem, ele pode ir para casa no mesmo dia (Day Hospital).
E a recuperação costuma ser tranquila e indolor, com repouso relativo e alimentação em temperatura ambiente ou fria por uma semana. Logo, os principais riscos são os inerentes à própria anestesia e os sangramentos ou hemorragias. Ambos pouco frequentes.
A adenóide em adultos
Diferente do caso de uma criança, em que a adenóide é um tecido normalmente encontrado, em adultos ela não deve estar presente. Ou seja, essa presença em adultos pode indicar algum outro problema, em geral relacionado ao sistema imune, como:
- Contaminação pelo vírus do H.I.V. ;
- Algum tipo de câncer de nasofaringe ou linfoma de Hodgkin ;
- Doenças granulomatosas como hanseníase, leishmaniose e tuberculose.
Por isso é importante que seja removida e biopsiada. Mas, lembrando, em pacientes muito alérgicos, ou com doenças respiratórias crônicas mal ou não tratadas, também encontramos restos de adenóide com certa frequência.
Cuidar da sua respiração nasal e do(a) seu filho(a) é um verdadeiro ato de amor! Assim você garante a melhor qualidade de oxigenação para que ele possa aproveitar a vida ao máximo!
E diferente do que muitas pessoas pensam, não é normal uma criança estar frequentemente com dores de garganta, ouvido ou infecções respiratórias. Por isso, se você notar alguns dos sinais acima no seu filho, busque a orientação médica adequada.
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