O ronco em adultos pode causar um desconforto muito grande para quem sofre de algum distúrbio respiratório. E os motivos para isso acontecer são diversos, desde problemas de obstrução nas vias respiratórias, como nos desvios de septo ou rinites não tratadas, passando pelo relaxamento excessivo da musculatura orofaríngea e de palato, até hábitos nocivos à saúde, que pioram ainda mais o ronco.
São diversas as alternativas para sanar esse desconforto, sempre partindo do ponto de descobrirmos a causa deste ronco e cuidarmos da causa. Isso visto que, o ronco é uma consequência.
Neste artigo eu explico as possíveis causas e quais alternativas que temos disponíveis hoje para tratamento do ronco em adultos.
Como acontece o ronco em adultos?
Chamamos de ronco o som e a vibração que os tecidos da nossa faringe emitem quando essa musculatura se encontra em um estado de relaxamento. Ou o turbilhonamento do ar dentro da própria narina quando encontra alguma resistência maior à sua passagem.
Assim, um leve ressonar ao dormirmos, principalmente na posição com a barriga para cima, pode ser absolutamente normal. Com a barriga para cima, a língua “cai” para trás e estreita mais a passagem do ar.
Nesse sentido, um estágio mais preocupante é quando, além do ronco, ocorrem as chamadas “apnéias”. Apnéias são interrupções completas do fluxo respiratório, provocando paradas na respiração por períodos maiores que 15 segundos. Quanto mais apnéias, mais entrecortado será o sono, o que leva a um sono não reparador!
E a síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) é um fator de risco para diversas doenças físicas como problemas cardiovasculares, metabólicos, hormonais, aumento de peso, entre outras. Além disso, a apnéia pode também causar problemas envolvendo a mente como dificuldade de concentração, foco, memória e de aprendizado.
Ainda, questões emocionais como maior oscilação de humor, irritabilidade, ansiedade e depressão também podem aparecer.
Ronco em adultos: possíveis causas
Em linhas gerais, o ronco acontece quando há uma obstrução ou estreitamento respiratório nas vias aéreas superiores durante o sono. E quando o ar passa pela orofaringe (localizada na base da língua) ele vibra, produzindo o som de ronco que ouvimos.
Alguns medicamentos também podem causar ou agravar o ronco. Como exemplo posso citar os relaxantes musculares e alguns antidepressivos, os quais têm um efeito direto na musculatura da faringe e da língua. Caso similar ao de pessoas que consomem muito álcool, o que também provoca esse relaxamento maior da musculatura.
Dessa forma, na prática clínica no consultório é muito comum a queixa de pessoas que sofrem com roncos por causa de alguma obstrução nasal, como o desvio de septo e/ou “carne esponjosa”, por exemplo. Nesse caso, precisamos avaliar criteriosamente o grau de desvio para estipular se é necessária, ou não, uma intervenção cirúrgica para ajudar na resolução do problema.
Outros causas frequentes na gênese do ronco podem incluir:
- Excesso de peso: altera o ângulo dos tecidos da faringe e diâmetro da coluna aérea, diminuindo o fluxo de ar;
- Maior idade e sedentarismo: podem levar a mais flacidez da musculatura, o que facilita a vibração da região;
- Rinites não tratadas, com aumento dos cornetos nasais, propiciam a obstrução das vias respiratórias;
- Amígdalas e/ou úvula aumentadas;
- Pólipos ou outros tumores nasofaríngeos.
Mas somente o ronco, sem apnéias, também tem impacto na minha vida pessoal?
A primeira consequência que eu gostaria de abordar são os problemas relacionados ao ciclo do sono.
O ato de roncar pode acabar acordando você diversas vezes ao longo da noite, o que gera problemas como cansaço, sonolência, raciocínio mais lento e diminuição dos reflexos.
Ainda, dores de garganta, boca seca e dor de cabeça também são comuns.
E outro fator importante é o impacto que o ronco tem em relação ao seu parceiro ou parceira, ao ambiente onde você dorme. Isso porque o ronco atrapalha também o ciclo de sono deles, causando diversos desconfortos e conflitos na sua vida pessoal e afetiva.
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Tratamento para o ronco em adultos
O primeiro passo para o tratamento é o diagnóstico, que deve ser feito pelo seu médico otorrinolaringologista. A avaliação clínica inclui:
- Boca, língua, faringe e laringe
- Nariz e suas estruturas
- Mandíbula, pescoço, arcabouço ósseo do rosto
- Estilo de vida, hábitos, postura.
Também podem ser solicitados exames como nasofibrolaringoscopia, prova de função pulmonar, tomografia, polissonografia, entre outros. Estes exames podem ajudar a diferenciar se o paciente “apenas ronca” ou se apresenta apnéias obstrutivas também.
Ainda, tanto para o caso de roncos como para apnéias, os tratamentos podem ser tanto clínicos (medicamentos, algumas alterações de hábitos, CPAP, aparelhos intra-orais, etc) quanto cirúrgicos (septoplastia, turbinectomia, amigdalectomia, uvulopalatofaringoplastia, entre outras). Parece clichê, mas realmente depende de cada caso.
Cuide do seu sono e da sua saúde
O mais indicado é que você mantenha suas visitas de rotina ao seu otorrinolaringologista e fale sobre a questão do ronco, apnéia e prejuízo da sua qualidade de vida. Ele será capaz de orientá-lo quanto a melhor forma de melhorar a sua saúde e disposição!
Fico à disposição e espero ter ajudado! 🌷
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